Tríplice Hélice: universidade + grandes empresas + startups
Tríplice Hélice é a iniciativa que une de universidades, grandes empresas e startups / Unsplash: Alex Kondratiev

A metodologia da Tríplice Hélice tem se tornado cada vez mais popular nos últimos anos, mas não é de hoje que ela faz sucesso no âmbito da inovação. Criada na década de 90, por um professor, PHD, sociólogo e pesquisador Henry Etzkowitz, em parceria com o sociólogo holandês Loet Leydesdorff, a ideia acabou se tornando o modelo universal de inovação. 

O que é a Tríplice Hélice

O sistema foi desenvolvido observando os mais importantes parques tecnológicos do mundo com a intenção de criar algo consistente e durável na era da economia e do conhecimento, partindo da premissa de que a inovação é dinâmica e sustentável se considerarmos o envolvimento entre três atores sociais: a universidade, a indústria e o poder público. 

A ideia base é de que a inovação tecnológica só é possível no momento em que o conhecimento adquirido nas universidades é direcionado para atender demandas econômicas-sociais que as empresas identificam e chegam a comercializar posteriormente, com o apoio do governo. 

Ou seja, nessa perspectiva todas as partes possuem um papel importante. As universidades são o centro da produção da tecnologia em si, tanto pela formação de profissionais quanto pela pesquisa e desenvolvimento nessa frente; as empresas puxam esse processo, a partir de suas demandas práticas; e o governo é o facilitador, seja por meio de programas de incentivo à pesquisa ou reduzindo as burocracias para desenvolver e implementar as inovações.

“O Vale do Silício é um bom exemplo do efeito de uma dinâmica interativa em relação a essa metodologia. Com interrelação direto do MIT e da estratégia de desenvolvimento baseado no conhecimento na Nova Inglaterra. Os governadores dos estados dessa região envolveram, desde o início, os três protagonistas na elaboração e implementação de uma estratégia regional de inovação que levou à invenção do modelo de capital de risco e ao surgimento da nova estrutura industrial. No Vale do Silício, a dinâmica triádica começou na academia, mas logo se tornou uma série de intercâmbios de dupla hélice entre universidade-indústria e governo-indústria – e, por fim, uma Hélice Tríplice universidade-indústria-governo” (ETZKOWITZ, Henry, 2017 Hélice Tríplice: inovação e empreendedorismo universidade-indústria-governo).

Processo e Desenvolvimento da Metodologia Tríplice Hélice

Claro que toda essa metodologia passou por mudanças desde sua criação até o modelo que temos hoje e para exemplificar esse processo, podemos dividi-la em 3 fases principais. 

Em um primeiro momento, empresas, universidades e governo eram estáticas e não se sobrepunham. As empresas seguiam com seu foco em produzir; as universidades em gerar conhecimento e o Governo administrando o Estado. Aqui, Universidade, Indústria e Governo não trabalham juntos e tem seus objetivos particulares. 

Já na próxima fase, começamos a ver maiores relações entre essas frentes. Empresas e universidades podendo formar parcerias e compartilhando objetivos bilaterais,  dado que, empresas têm a demanda de alcançar profissionais qualificados e as universidades precisam de investimentos. 

E por fim, na última fase, começamos a ver a relação de forma mais sinérgica entre os três elementos, atuando com objetivos em comum e tendo uma quebra das fronteiras entre eles. Aqui, chegamos ao modelo atual, como ilustrado pela imagem abaixo: 

Tríplice Hélice: universidade + grandes empresas + startups

Fonte: Blog AEVO, PUBLICADO EM 06/09/2018 

Neste modelo atual fica claro que cada frente possui seus interesses e que eles podem ser atendidos de forma muito mais eficiente se as partes atuarem em conjunto. 

As universidades com o suporte da indústria e do poder público podem se destacar como centros de excelência. Por outro lado, as empresas podem aumentar sua competitividade no mercado considerando a inovação produzida pelas universidades e os benefícios oferecidos pelo governo. E pela ótica do governo, fortalecendo as empresas e as universidades, ele terá um ganho em áreas essenciais como a educação e a economia do país. 

Dessa forma vemos como a Tríplice Hélice não é apenas uma ideia para que apenas as empresas sejam beneficiadas por meio da inovação, mas sim, um conjunto sistêmico que gera consequências positivas para o todo. 

Um ótimo exemplo são os Núcleos de Pesquisa Orientada a Problemas de São Paulo (NPOPs), o maior programa brasileiro de tríplice-hélice brasileiro. A iniciativa juntou organizações como a FAPESP, o Governo do Estado de São Paulo, diversas instituições de ensino e pesquisa referência em bioinsumos e bioprodutos, assim como empresas do setor privado. O objetivo era solucionar problemas nas culturas de citros, café e cana-de-açúcar através da biotecnologia e obter resultados importantes para a agricultura mundial. 

Inovação no Brasil 

Pensando nos dias de hoje, é inevitável o fortalecimento desta metodologia, apesar de ainda termos lacunas entre a sinergia dos três elementos principais. Exatamente por isso, é imprescindível a atenção de todos os profissionais, desde os executivos atuantes na indústria e funcionários públicos até professores de instituições. 

É importante que todos considerem essa metodologia no dia a dia para tomada de decisões estratégicas. Já que não é o suficiente olhar apenas para a própria organização. 

Claro que aqui, temos um destaque para a atuação do Governo na criação e implementação de leis que incentivem a relação destes três elementos da Hélice, de forma flexível e dinâmica, como a própria metodologia propõe. 

Por fim, sabemos que é um caminho desafiador atuar com a sinergia destes elementos dado seus tempos e dinâmicas individuais, porém, o ganho é certo e fundamental para a inovação e o empreendedorismo.Quer saber mais sobre como aplicar essa estratégia, e muitas outras, para alavancar o seu negócio? Entre em contato com a gente pelo nosso site!


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